São Paulo, 10 de março de 2011 – O índice ABCR de atividade referente a fevereiro mostrou retração de 1,3% em comparação com o mês anterior, considerando os dados dessazonalizados. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas pedagiadas é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.
Os leves apresentaram queda de 2,7% em fevereiro em relação a janeiro, em termos dessazonalizados, puxando para baixo o resultado geral do Índice. “O desempenho dos veículos leves foi influenciado pelo Paraná e Rio Grande do Sul, estados em que as fortes chuvas afetaram o turismo em fevereiro”, afirma Juan Jensen, economista da Tendências. Para ele, é importante destacar que esta é uma queda pontual e não retrata o estado da economia, mas um fenômeno metereológico. “Os leves terão um bom desempenho nos próximos meses. O crescimento será menor que o observado em 2010, pois a renda real irá desacelerar devido ao movimento de alta da inflação e redução de gastos do governo, que impactam o poder de compra do consumidor, refletindo no movimento dos veículos leves”, diz Jensen.
Já o fluxo de pesados avançou 0,7% nessa mesma base de comparação. “A alta dos pesados tende a se sustentar, alinhada com o que se espera da indústria para este ano”, comenta Juan Jensen. Outro aspecto importante a ressaltar é o impacto das importações no fluxo de pesados. O aumento da demanda interna tem sido maior do que a produção industrial. Esta diferença é complementada pelas importações, que vem crescendo em ritmo acelerado em países como o Brasil, que tem o câmbio relativamente valorizado e a demanda doméstica aquecida. “O arrefecimento de mercados tradicionais, em contraponto ao aumento da demanda interna de países emergentes, aumenta a oferta de produtos e consequentemente das importações. Este fenômeno é sentido no fluxo de veículos pesados nas estradas do País”, afirma o economista.
Em relação ao mesmo período de 2010, o índice total apresentou expansão de 7,4%. O fluxo de veículos pesados cresceu 12,7% e o de leves apresentou alta de 5,8%.
Nos últimos doze meses (acumulado de março de 2010 a fevereiro de 2011 sobre março de 2009 a fevereiro de 2010), o fluxo total teve expansão de 8,4%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 7,4% e o de pesados, 11,6%.
Quadro: Taxas de crescimento do fluxo pedagiado
Período | LEVES | PESADOS | TOTAL |
Fevereiro/11 sobre Fevereiro/10 | 5,8% | 12,7% | 7,4% |
Fevereiro/11 sobre Janeiro/11 c/ ajuste sazonal | -2,7% | 0,7% | -1,3% |
Últimos doze meses | 7,4% | 11,6% | 8,4% |
Fluxos regionais
A abertura dos dados dos índices regionais do movimento de veículos leves e pesados nas rodovias concedidas, segundo Juan Jensen, economista da Tendências, vem em linha com o padrão nacional. As principais divergências foram Paraná e Rio Grande do Sul, que apresentaram queda, tanto no fluxo de leves quanto pesados, causada pelas fortes chuvas que atingiram os estados em fevereiro.
São Paulo
Em São Paulo, as rodovias administradas pela iniciativa privada registraram, no fluxo total de veículos, recuo de 0,3% em fevereiro em relação a janeiro, considerando os ajustes sazonais. O movimento de veículos leves caiu 1,1% e o de pesados cresceu 1,2% neste período.
Quando comparado fevereiro de 2011 a fevereiro de 2010, o índice geral teve acréscimo de 13,1%. O movimento dos veículos leves subiu 10,9% e dos pesados 19,8%.
Nos últimos doze meses (acumulado de março de 2010 a fevereiro de 2011 sobre março de 2009 a fevereiro de 2010), o indicador da ABCR cresceu 11,7%. O fluxo de leves subiu 10,0% e pesados 16,3%.
Período | LEVES | PESADOS | TOTAL |
Fevereiro/11 sobre Fevereiro/10 | 10,9% | 19,8% | 13,1% |
Fevereiro/11 sobre Janeiro/11 c/ ajuste sazonal | -1,1% | 1,2% | -0,3% |
Últimos doze meses | 10,0% | 16,3% | 11,7% |
Paraná
As rodovias concedidas do Paraná apresentaram queda de 9,1% no fluxo de veículos em fevereiro em relação a janeiro, considerando os ajustes sazonais. Na mesma base de comparação, a circulação de veículos leves retraiu 11,2% e a de pesados 0,8%.
Na comparação fevereiro de 2011 com fevereiro de 2010, o índice geral caiu 1,2%, sendo que o movimento dos veículos leves diminuiu 2,5% e dos pesados aumentou 1,3%.
Nos últimos doze meses (acumulado de março de 2010 a fevereiro de 2011 sobre março de 2009 a fevereiro de 2010), houve alta de 10,1% na movimentação total, com o fluxo de leves subindo 9,8% e o de pesados 10,8%.
Período | LEVES | PESADOS | TOTAL |
Fevereiro/11 sobre Fevereiro/10 | -2,5% | 1,3% | -1,2% |
Fevereiro/11 sobre Janeiro/11 c/ ajuste sazonal | -11,2% | -0,8% | -9,1% |
Últimos doze meses | 9,8% | 10,8% | 10,1% |
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, as rodovias concedidas registraram retração de 4,7% no fluxo de veículos em fevereiro em relação a janeiro, em termos dess azonalizados. O movimento de veículos leves regrediu 6,9% e o de pesados cresceu 1,8% no mesmo período.
Quando comparado fevereiro de 2011 com fevereiro de 2010, o índice geral mostrou elevação de 2,7%. O movimento dos veículos leves subiu 0,8% e o de pesados 8,9%.
Nos últimos doze meses (acumulado de março de 2010 a fevereiro de 2011 sobre março de 2009 a fevereiro de 2010), o indicador da ABCR cresceu 11,4% no movimento total nas estradas gaúchas. O fluxo de leves sub