São Paulo, 10 de outubro de 2013 – O Índice ABCR de atividade referente a setembro recuou 0,3% na comparação com o mês anterior, considerando os dados dessazonalizados. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas pedagiadas é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.
A movimentação dos leves, que cedeu 0,7% no mesmo período, puxou para baixo o resultado geral. O fluxo de leves é impactado pelo desempenho do emprego e da renda e, neste mês, segundo Rafael Bacciotti, economista da Tendências, “não tem como fugir do crédito em baixa e do mercado de trabalho em desaceleração”. A massa de rendimentos, divulgada pela PME do IBGE em setembro do ano passado, apontava crescimento de 6,5% e, agora, está na casa de 2,7%. “Reflexo de emprego e renda mais fracos, os principais pilares do fluxo de leves”, avalia o economista.
A movimentação de pesados avançou 0,1% em setembro contra agosto. “Um número ligeiramente positivo e, quando olhamos para os estados, observamos que está associado aos bons resultados de São Paulo e Rio de Janeiro, estados em que a indústria tem mais peso”, analisa Bacciotti. Outros indicadores antecedentes já divulgados apontam para a mesma direção. Em setembro comparado a agosto, a produção de veículos cresceu 8,1%, em dado da Anfavea, dessazonalizado pela Tendências; e a venda de papelão ondulado da indústria brasileira mostrou alta de 1,1%, segundo número da ABPO, trabalhado pela consultoria.
Porém, de acordo com Rafael Bacciotti, “existem alguns pontos pesando sobre a indústria, que devem levar a um terceiro trimestre fraco”. Mesmo que setembro mostre um quadro um pouco melhor na média, esse pode não ser um período favorável para o segmento. “Há evidências de estocagem em alguns setores – o próprio movimento de produção de veículos está dissociado das vendas – e esse fator deve pesar contra a indústria nos próximos meses”, diz o economista. “O dado muito fraco de julho, de queda de 2,4%, somado ao resultado estável de agosto, não dá espaço para uma recuperação no terceiro trimestre, em que a indústria deve contribuir negativamente para o PIB do país”, afirma.
Em relação ao mesmo período de 2012, o índice total apresentou alta de 3,1%. O fluxo de veículos leves aumentou 2,6%, enquanto o fluxo de pesados cresceu 4,4%.
Nos últimos doze meses, o fluxo total teve expansão de 3,9%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 4,1% e o de pesados, 3,4%.
No acumulado do ano (janeiro a setembro de 2013 ante janeiro a setembro de 2012), o fluxo total teve expansão de 3,5%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 3,5% e o de pesados, 3,7%.
Quadro: Taxas de crescimento do fluxo pedagiado
Brasil
Período |
LEVES |
PESADOS |
TOTAL |
Setembro/13 sobre Setembro/12 |
2,6% |
4,4% |
3,1% |
Setembro/13 sobre Agosto/13 c/ ajuste sazonal |
-0,7% |
0,1% |
-0,3% |
Últimos doze meses |
4,1% |
3,4% |
3,9% |
Acumulado no ano (Jan-Set/13 sobre Jan-Set/12) |
3,5% |
3,7% |
3,5% |
Fonte: ABCR e Tendências
Fluxos regionais
A abertura dos dados referentes aos índices regionais do fluxo de veículos pesados em setembro comparado a agosto, segundo Rafael Bacciotti, economista da Tendências, “mostra que São Paulo e Rio de Janeiro, estados que têm atividade industrial mais forte, puxaram para cima o total dos pesados, ao contrário do Paraná e Rio Grande do Sul, onde a questão agrícola é mais importante”.
Em relação aos veículos leves, de acordo com Bacciotti, a movimentação está em linha com o resultado nacional, com exceção do Rio Grande do Sul. “Um fator que pode explicar essa discrepância é que a renda no estado vem crescendo bem acima da média no Brasil. Em agosto deste ano contra agosto de 2012, o acréscimo foi de 6,9%, sendo que o aumento no igual período anterior foi de 1,5%. Na mesma base de comparação, o Brasil mostrou crescimento de 1,3% e 4,3%”, afirma. Bacciotti destaca ainda que a mesma tendência é revelada pelo desempenho dos leves no ano contra ano no Rio Grande do Sul, que mostrou alta de 5,7%. “Observar a confirmação do resultado em um prazo mais longo reforça a nossa tese”.
São Paulo
Em São Paulo, as rodovias administradas pela iniciativa privada registraram no fluxo total de veículos recuo de 0,2% em setembro sobre agosto, considerando os ajustes sazonais. Os leves caíram 0,2% e os pesados apresentaram aumento de 0,5%, neste período.
Quando comparado setembro de 2013 sobre setembro de 2012, o índice geral avançou 2,7%, enquanto o movimento dos leves cresceu 2,6% e dos pesados 3,7%.
Nos últimos doze meses, o indicador da ABCR cresceu 3,8% no total. O fluxo de leves evoluiu 3,9% e o de pesados 3,4% no mesmo período.
No acumulado do ano (janeiro a setembro de 2013 ante janeiro a setembro de 2012), o fluxo total teve expansão de 3,6%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 3,5% e o de pesados, 3,6%.
Período |
LEVES |
PESADOS |
TOTAL |
Setembro/13 sobre Setembro/12 |
2,6% |
3,7% |
2,7% |
Setembro/13 sobre Agosto/13 c/ ajuste sazonal |
-0,2% |
0,5% |
-0,2% |
Últimos doze meses |
3,9% |
3,4% |
3,8% |
Acumulado no ano (Jan-Set/13 sobre Jan-Set/12) |
3,5% |
3,6% |
3,6% |
Paraná
As rodovias concedidas do Paraná apresentaram queda de 1,6 % no fluxo de veículos, em setembro sobre agosto, considerando os ajustes sazonais. No mesmo período, a circulação de veículos leves caiu 2,2% e a dos pesados 1,6%.
Quando comparado setembro de 2013 sobre setembro de 2012, o índice geral mostrou retração de 0,1%. O movimento dos leves diminuiu 2,6% e o de pesados cresceu 4,0% no mesmo período.
Nos últimos doze meses, o indicador da ABCR cresceu 4,4%. O fluxo dos leves sub