Iniciativa desenvolvida com apoio da CART – Concessionária Auto Raposo Tavares, Instituto Invepar e parceiros tem estimulado a geração de renda e empreendedorismo de moradores do pequeno município de Espírito Santo do Turvo, localizado no centro-oeste Paulista.
No último dia 31 de janeiro, depois de quatro meses de aulas teóricas e práticas, 25 formandos que fazem parte do Grupo Terapêutico Álcool e outras Drogas, Saúde Mental e da comunidade receberam certificados de conclusão do curso em hidroponia. Esta foi a segunda turma a se formar pelo projeto no município.
Além dos certificados, os alunos receberam uma cartilha com instruções para reproduzir o sistema de hidroponia em casa. Participaram da cerimônia representantes da CART, o prefeito Afonso Nascimento Neto e o vice, Laércio Lauder da Silva; a primeira-dama, Ana Teixeira, coordenadora da Secretaria Municipal de Saúde, Aparecida Martins de Oliveira, assistente social da Saúde municipal, Fátima Anzolin, psicóloga Leonídia Aparecida Bertolini Ferreira, além de membros do Grupo de Reabilitação e da comunidade.
No curso os alunos aprenderam a cultivar hortaliças dentro de canos, em um sistema de água corrente, adicionada de nutrientes essenciais para as plantas. Com o método não é necessário o uso do solo, assim, as verduras podem ser plantadas durante todo o ano, ficam mais limpas, resistentes e saudáveis.
Na avaliação do prefeito, o projeto é relevante para o município e ofereceu atenção especial a pessoas em tratamento da dependência química e do álcool. “A parceria com a CART foi essencial. A empresa é a principal responsável por esse projeto, pois trouxe toda estrutura, acreditou no município e nas pessoas envolvidas. Só temos a agradecer a empresa pelo apoio dado às pessoas que precisam de tratamento e que agora têm capacidade de cultivar hortaliças profissionalmente”, destaca o prefeito, que pretende dar continuidade ao trabalho. “A intenção é levar isso a um patamar maior. Devido ao sucesso do projeto, nosso objetivo é aumentar o número de estufas e buscar mais parcerias, fazer com que essa iniciativa alavanque na cidade”.
Fátima Anzolini lembra que o cultivo de hortaliças hidropônicas com pacientes do grupo terapêutico teve início em outubro do ano passado e logo nos primeiros dias tornou-se uma ferramenta eficiente no processo de ressocialização de pacientes que lutam contra a dependência química e do álcool. “A transformação neles é surpreendente. Percebemos nos participantes uma motivação maior, além da evolução na comunicação”, pontua.
O resultado da experiência levou a equipe multidisciplinar do Grupo Terapêutico a implementar um novo braço do projeto. Os pacientes irão também ajudar na revitalização dos jardins de uma praça que fica ao lado da horta. “É uma atividade complementar que vai motivá-los a cuidar ainda mais do meio ambiente e ajudá-los a sentirem-se úteis para a sociedade, devolvendo beleza a espaços públicos por suas próprias mãos”, ressalta Fátima.
Avanços nos quadros psicológicos de membros do Grupo foram percebidos pela psicóloga Leonídia Aparecida Bertolini Ferreira. “Muitos deles superaram limitações e hoje demonstram capacidade e disposição de atuar voluntariamente, de doar-se para a comunidade por meio do trato com as hortaliças”, afirma ela. “A natureza tem finalidade terapêutica e contribui com o aumento da autoestima. Muitos participantes ficaram mais interessados nas atividades do Grupo e acreditam que podem conquistar o que querem”, explica.
Foram feitas três colheitas nos quatro meses de curso. Parte dos alimentos foi destinada a familiares e, a outra, para o Programa Viva-Leite, que atende 110 famílias, e a servidores da Saúde, Educação e pacientes do Centro de Reabilitação.
O curso traz novas oportunidades para os moradores da cidade. A estufa serve de sala de aula para alunos com diversas idades e experiências de vida. O projeto, que tem como parceiros a CART, Instituto Invepar, Prefeitura Municipal de Espírito Santo do Turvo, Fatec de Ourinhos, Baobá – Práticas Sustentáveis e a ONG Ato Cidadão, busca trabalhar o empreendedorismo, geração de renda e requalificação profissional de seus participantes.
Sistema hidropônico oferece vantagens durante todo o ano
O Professor da Fatec de Ourinhos e instrutor do curso, Roger de Oliveira, conta que o sistema hidropônico oferece uma alternativa eficiente para o grande calor do centro-oeste paulista. De acordo com o professor, quando uma hortaliça é plantada no solo ela está exposta as altas temperaturas, pragas e contaminação. Além disso, a colheita no solo é mais demorada do que a no sistema hidropônico. “Desde a semeação até a colheita de um alface plantado no solo são em média 100 dias. Já um alface plantado na estufa hidropônica pode ser colhido em 7 semanas a partir da data de semeação”, conta Roger. “Além da rapidez, o sistema permite colheitas o ano todo, independente da temperatura. Uma plantação de alface no solo rende, em média 6 colheitas no ano, já a hidropônica pode chegar a até 16.”, complementa o instrutor.
Entre outras vantagens do sistema está a possibilidade de se trabalhar diversas hortaliças em uma mesma estrutura, um fácil controle de pragas e uma maior higiene das plantas. “Em municípios menores, boa parte da população procurar manter sua própria horta em casa, projetos como este ajudam a otimizar essas produções”, explica Roger.
Ação
O projeto “Seguindo em Frente” tem o objetivo de melhorar a empregabilidade, inclusão econômica, social e geração de renda de seus participantes. A ação é uma das iniciativas aprovadas no II Edital de Seleção de Projetos Socioambientais do Instituto Invepar e tem atuação em três municípios do Corredor CART (Espírito Santo do Turvo, Ibirarema e Santo Anastácio). De acordo com o gerente de relações institucional da CART, Athayde Caldas Júnior, a Concessionária busca auxiliar na promoção do desenvolvimento social, econômico e ambiental dos municípios pode onde passam as rodovias sob concessão empresa. “Parcerias como esta são essenciais para atingirmos esses objetivos e impactarmos positivamente as vidas da população de cada cidade cortada pelo Corredor CART”, explica Athayde.
Desde 2010, a CART é signatária do Pacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem como objetivo mobilizar empresas para a adoção de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. A iniciativa “Seguindo em Frente” contribui ainda para a implementação do princípio nove do Pacto Global, o qual incentiva o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientais amigáveis. Os projetos socioambientais da CART, em parceria com o Instituto Invepar, procuram integrar ao negócio da empresa o desenvolvimento econômico, social e ambiental das localidades onde a Concessionária atua.
A CART, uma empresa Invepar Rodovias, administra o Corredor CART, que é formado pela SP-225 João Baptista Cabral Rennó, SP-327 Orlando Quagliato e SP-270 Raposo Tavares, no total de 834 quilômetros entre Presidente Epitácio e Bauru, sendo 444 no eixo principal e 390 quilômetros de vicinais.