Em entrevista à Agência ABCR, o gestor de Responsabilidade Social da Rota das Bandeiras, Adherbal Vieira, destaca o Programa Rota da Educação, que, desde 2012, oferece a alunos e professores do ensino fundamental de 17 escolas, localizadas em municípios cortados pela rodovia D. Pedro I, disciplinas teóricas e práticas de educação para o trânsito.
Agência ABCR – O que é, quando foi lançado e quantas cidades participam do projeto Rota da Educação?
O Programa Rota da Educação, lançado em 20 de agosto de 2012, oferece aos alunos e professores da primeira à quinta série do ensino fundamental de escolas municipais das 17 cidades do Corredor D. Pedro I disciplinas teóricas e práticas de educação no trânsito, mobilidade, cidadania e meio ambiente. Fazem parte do projeto pesquisas com os alunos, concursos e participação dos pais e das comunidades em atividades relacionadas aos temas.
O projeto ainda possibilita desenvolver e implantar indicadores de trânsito nas cidades. O programa teve início com a adesão imediata de sete cidades: Itatiba, Artur Nogueira, Conchal, Bom Jesus dos Perdões, Igaratá, Mogi Guaçu e Jarinu. Em 2013, ampliou para outras quatro cidades: Cosmópolis, Jundiaí, Atibaia e Valinhos. O programa será implantado nas demais seis cidades em 2014.
Agência ABCR – Qual o principal objetivo do Projeto?
O principal objetivo do projeto social Rota da Educação é provocar uma reflexão e mudança de comportamento em relação ao trânsito, cidadania, mobilidade e meio ambiente em todos os públicos envolvidos: alunos, professores, pais e comunidade.
Agência ABCR – Como ele funciona?
O programa é composto por formações contínuas do corpo docente e dos alunos do 1° ao 5° ano do ensino fundamental I das escolas municipais. A estrutura oferecida contempla formações teóricas e práticas, visitas técnicas em cada escola, aplicação de pesquisas diagnósticas e de acompanhamento, além da utilização de um portal digital com as informações e dados da pesquisa com os alunos. O portal digital é uma importante ferramenta do programa, pois permite o monitoramento dos dados de cada sala de aula, escola e cidade, além de facilitar a interação entre cidades e equipe pedagógica. No portal, ferramenta de acesso restrito aos participantes do programa, o professor encontra os livros, cartazes e vídeos voltados a sua formação e a formação dos alunos.
A formação continuada dos docentes começa com treinamento presencial, de 4 horas de duração, na qual são passadas as principais informações sobre o projeto. O aprendizado dos professores também pode ser complementado por meio de visitas técnicas, elaboração de proposta para o concurso cultural, participação em workshop e acesso aos materiais pedagógicos disponíveis no portal do programa. Ao todo, cada professor soma uma média de 100 horas ao ano de certificação.
Com objetivo identificar a característica de trânsito das escolas que participam do projeto, realizamos pelo menos duas visitas técnicas em cada escola. Dessa forma, a equipe pedagógica da Rota das Bandeiras mantém o processo de formação a partir das condições e características de circulação de cada localidade, podendo solicitar mais visitas técnicas se for o caso.
Realizamos esse ano o primeiro Concurso Cultural, para o qual os alunos desenvolveram pinturas (o tema para alunos do 1º ano foi o passageiro; para o do 2º ano, o pedestre), e os professores desenvolveram um projeto pedagógico com ações para um trânsito mais seguro. Tivemos 1.408 projetos inscritos, sendo 44 na categoria professores, 542 na categoria alunos de 1° ano e 822 na categoria alunos de 2° ano.
Agência ABCR – Quantos alunos, professores e escolas já foram contemplados pelo programa?
O programa está sendo implantado de forma gradativa nas escolas municipais. Iniciamos sempre com a 1ª série e acompanhamos esses alunos até o 5° ano. Hoje, o projeto beneficia 3.031 alunos do 1º e do 2º ano, 139 professores e 36 escolas, em 10 municípios. Em 2014 a cidade de Valinhos vai implantar o projeto em toda a rede municipal do ensino fundamental I. Serão mais 5.167 alunos, 213 professores de 42 escolas, números que já superam as expectativas do projeto para o próximo ano.
Agência ABCR – O projeto está sendo executado há dois anos. Já é possível observar algum impacto real no que se refere à educação para o trânsito nas regiões de atuação da concessionária?
Sim, principalmente mudanças culturais dos alunos e seus familiares. Em novembro de 2012, a Rádio Nova Comunitária FM, de Mogi Guaçu, recebeu 17 crianças da escola EMEF Geraldo Sorg, que foram entrevistadas e deram uma verdadeira aula de cidadania. A ação resultou na aproximação do projeto com a comunidade, o que contribuiu significativamente para mudança de comportamento dos pais dessas crianças. As calçadas da cidade, antes usadas como estacionamentos de automóveis, agora são novamente propriedade das pessoas, uma contribuição direta do projeto Rota da educação.
Em Artur Nogueira, as atividades desenvolvidas em sala de aula estão refletindo em mudanças em toda a cidade. Algumas melhorias estão sendo realizadas no entorno da escola, como o recapeamento do asfalto e instalação de lombada, melhoria na sinalização e delimitação para uso de bicicletas (ciclovia). Os professores que integram o programa estão trabalhando a partir deste ano uma nova realidade local, com a implantação de sinalização e melhoria da infraestrutura.
Outro exemplo de resultados obtidos com a implantação do programa vem da cidade de Jarinu, que desenvolveu o blog rota2anojarinu.blogspot.com.br. A ferramenta permite a apresentação de resultados das atividades aplicadas em sala de aula e facilita a interação com a comunidade.
Agência ABCR – Qual a importância da prevenção para a diminuição dos acidentes de trânsito?
A conscientização de futuros motoristas e a consequente replicação do conteúdo aprendido nas escolas aos pais é uma importante ferramenta para a diminuição de acidentes. Os alunos deixarão a escola mais cientes dos direitos e obrigações no trânsito.
Agência ABCR – Há planos de evolução para o projeto? Quais são e como seriam implementados?
O próximo passo é implantar, em 2014, o programa em outras seis cidades localizadas no Corredor Dom Pedro: Jacareí, Nazaré Paulista, Louveira, Campinas, Paulínia e Engenheiro Coelho.
A concessionária, por meio do setor de responsabilidade social, apresenta o programa para os prefeitos, secretários de educação e de trânsito e propõe a implantação em formato piloto, onde trabalhamos com as escolas que estão localizadas às margens das rodovias ou que possuem maior estatística de acidentes na região.
Após o desenvolvimento do programa por três anos na cidade, a concessionária faz um relatório completo das atividades realizadas e sug