São Paulo, 10 de junho de 2014 – O Índice ABCR de Atividade referente a maio recuou 0,4% na comparação com abril de 2014, considerando os dados dessazonalizados. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas concedidas é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.
De maneira geral, o resultado veio bem fraco, com queda na comparação mensal. “Os pesados refletem um cenário ruim de produção industrial e as quedas consecutivas nas pesquisas de confiança, que chamam atenção por estarmos em ano eleitoral. Esse é mais um vetor que contribui para segurar a atividade produtiva de alguma forma, impactando também no emprego”, afirma Rafael Bacciotti, economista da Tendências.
O fluxo de veículos leves caiu 0,2% em relação a abril, em termos dessazonalizados. A movimentação dos leves reflete um ambiente desfavorável de emprego e renda. “Além do enfraquecimento do emprego e da renda, a inflação continua pressionando o poder de compra das famílias, que diminuem, também, seus gastos com viagens”, diz Bacciotti. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego -PME, do IBGE, em abril de 2014 contra abril de 2013, o emprego ficou praticamente estável em 0,1% e a renda cresceu 2,6%, em um desempenho menos expressivo do que observado nas últimas apurações.
A movimentação dos veículos pesados, nessa mesma base de comparação, registrou queda de 0,6%, indicando um cenário ruim de produção e investimentos. Para o economista, “o setor automotivo tem dado o tom na atividade industrial”. A produção de veículos caiu 3,0%, em maio contra abril, segundo dado da Anfavea, dessazonalizado pela Tendências. “Várias montadoras anunciaram medidas de corte de produção, como férias coletivas e demissões voluntárias, em função de um desempenho fraco nas vendas e nas exportações também”, opina Bacciotti. Nesse contexto, aliado à baixa confiança, revisões do PIB brasileiro para baixo foram anunciadas nesta semana. A pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada ontem, segunda-feira, 9, mostrou que a mediana das expectativas para o PIB de 2014 foi reduzida de 1,5% para 1,44%. O PIB de 2015, de acordo com a mesma fonte, foi revisado de 1,85% para 1,8%. “Essas projeções são mais otimistas que as da Tendências, que está trabalhando com estimativas de 1,3% para este ano e 1,8% para 2015”, assegura Rafael Bacciotti.
Em relação ao mesmo período de 2013, o índice total apresentou alta de 1,9%. O fluxo de veículos leves aumentou 3,7%, enquanto o fluxo de pesados recuou 2,6%.
Nos últimos doze meses, o fluxo total teve expansão de 4,5%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves registrou variação de 5,6% e o de pesados, 1,4%.
No acumulado do ano (janeiro a maio de 2014 ante janeiro a maio de 2013), o fluxo total teve expansão de 4,7%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 6,6% e o de pesados cedeu 0,4%.
Quadro: Taxas de crescimento do fluxo pedagiado
Brasil |
|||
Período |
LEVES |
PESADOS |
TOTAL |
Maio/14 sobre Maio/13 |
3,7% |
-2,6% |
1,9% |
Maio/14 sobre Abril/14 c/ ajuste sazonal |
-0,2% |
-0,6% |
-0,4% |
Últimos doze meses |
5,6% |
1,4% |
4,5% |
Acumulado no ano (Jan-Mai/14 sobre Jan-Mai/13) |
6,6% |
-0,4% |
4,7% |
Fonte: ABCR e Tendências
Fluxos regionais
A abertura dos dados referentes aos índices regionais do fluxo de veículos leves e pesados em maio comparado a abril deste ano, segundo análise de Rafael Bacciotti, está em linha com o resultado nacional. As exceções ficam por conta do aumento do fluxo de pesados no Paraná e no Rio de Janeiro, onde, neste último, os leves também subiram. “Para o desempenho dos pesados, houve uma variação positiva do fluxo, mas não expressiva a ponto de impactar no resultado total. O mesmo não se pode dizer dos leves, no Rio de Janeiro, que refletem o aumento da massa salarial, composição de renda e emprego, acima da média nacional”, argumenta o economista. De acordo com a PME, do IBGE, o indicador, no estado, cresceu 4,6% em abril em relação a março, enquanto, nas seis regiões metropolitanas que compõe o índice geral, o aumento foi de 2,7% na mesma base de comparação.
São Paulo
Em São Paulo, as rodovias administradas pela iniciativa privada registraram no fluxo total de veículos queda de 1,6% em maio comparado a abril, considerando os ajustes sazonais. Os leves caíram 1,2%, e os pesados diminuíram 1,1%, neste período.
Quando comparado maio de 2014 com maio de 2013, o Índice geral avançou 0,9%, enquanto o movimento dos leves cresceu 3,3% e dos pesados caiu 4,8%.
Nos últimos doze meses, o indicador da ABCR cresceu 4,3% no total. O fluxo de leves evoluiu 5,9% e o de pesados cresceu 0,3% no mesmo período.
No acumulado do ano (janeiro a maio de 2014 ante janeiro a maio de 2013), o fluxo total subiu 4,4%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 7,0% e o de pesados caiu 1,9%.
Período |
LEVES |
PESADOS |
TOTAL |
Maio/14 sobre Maio/13 |
3,3% |
-4,8% |
0,9% |
Maio/14 sobre Abril/14 c/ ajuste sazonal |
-1,2% |
-1,1% |
-1,6% |
Últimos doze meses |
5,9% |
0,3% |
4,3% |
Acumulado no ano (Jan-Mai/14 sobre Jan-Mai/13) |
7,0% |
-1,9% |
4,4% |
Paraná
As rodovias concedidas do Paraná registraram q ueda de 1,1% no fluxo total de veículos, em maio contra abril deste ano, considerando os ajustes sazonais. No mesmo período, a circulação de veículos leves teve baixa de 1,3% e a dos pesados aumentou 0,6%.
Quando comparado maio de 2014 com maio de 2013, o Índice geral cresceu 2,5%. O movimento dos leves subiu 2,7% e o de pesados aumentou 2,2%, no mesmo período.
Nos últimos doze meses, o indicador da ABCR cresceu