Há 10 anos Pernambuco abraçou, pioneiramente, um programa de Parcerias Públicos Privadas que surgia no Brasil como uma opção para a implantação de soluções de infraestrutura, necessárias para o desenvolvimento das regiões.
A PPP da Rota dos Coqueiros, no Paiva, veio em 28 de dezembro de 2006, com a assinatura do primeiro contrato de Parceria Público-Privada viária do Brasil e a primeira de Pernambuco, no modelo de Concessão Patrocinada conforme lei de PPP 11.079/2004, por um período de 30 anos. Buscando garantir o bom funcionamento da via para os usuários, a Concessionária investiu mais de R$ 180 milhões em obras, operações, conservação e manutenção. A expectativa é de que, para os próximos 20 anos, sejam investidos mais R$ 115 milhões. Nesse período houve, também, a preocupação em melhorar a qualidade de vida de moradores da região. A Rota dos Coqueiros injetou R$ 6 milhões em projetos socioambientais que, desde então, já beneficiaram mais de quatro mil pessoas.
Novos caminhos foram abertos, pavimentando esperanças e crescimento, possibilitando ao mercado de trabalho modalidades de atividades profissionais até então inexistentes na Região Nordeste e aqueceu a economia. A trajetória da sua evolução perpassa por histórias de vidas que testemunharam a completa transformação do sul da Região Metropolitana, de pessoas que ganharam perspectivas profissionais, de pessoas que sentiram “na pele” os efeitos de sair de um “fim de linha”, de um “esconderijo”, para se expor e passar a fazer parte do caminho de milhões de pessoas com destinos e objetivos os mais variados.
A possibilidade de ir e vir de forma rápida e segura de um município ao outro, gerou empregos e facilitou o acesso de todos aos serviços públicos, às praias do Cabo de Santo Agostinho e demais municípios ao Sul, e ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, incrementou o Turismo e a Economia Local, além de arrecadar R$17,4 milhões em impostos.
Dez anos se passaram desde que Ana Paula Fonseca assumiu ao lado da mãe, Ernestina Fonseca, a gestão do negócio da família. O tradicional “Bar Sem Nome”, em Barra de Jangada, tem uma trajetória de mudanças e sucesso que em muito se assemelha a outras das redondezas de Jaboatão dos Guararapes e do Cabo de Santo Agostinho. O início da transformação de suas vidas passava literalmente pela sua porta, era a modificação de uma rua de areia, praticamente à beira-mar.
“A chegada da Rota dos Coqueiros contribuiu para o turismo da nossa cidade porque aproximou os visitantes das nossas praias. Utilizando a rodovia, eles conseguem economizar em tempo e em combustível”, comenta o Secretário de Turismo do Cabo de Santo Agostinho, José Severino Belo.
Desde o primeiro ano de operação, o Governo de Pernambuco já economizou R$ 14,52 milhões em manutenção de rodovias e no compartilhamento de veículos excedentes ao estimados no contrato, além de mais de quatro mil pessoas serem beneficiadas pelos 8 projetos sociais e ambientais mantidos pela Rota dos Coqueiros, sendo o Via Escola o principal projeto.
Além disso, as ações e projetos da Concessionária auxiliaram na redução de acidentes de trânsito. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2014, o custo de um acidente para o Estado variava entre R$ 72,7 mil à R$ 646,7 mil, quando há vítimas fatais. Dentre as causas mais comuns para os acidentes estão a velocidade incompatível, com 13,1%; e defeitos na via, com 3,7%. Com a criação de vias como a da Rota dos Coqueiros, esse número tende a diminuir pois há o investimento na qualidade do asfalto, na sinalizações e um maior controle de velocidade, promovendo um tráfego seguro, além da redução nos gastos dos cofres públicos.
“Todas as barreiras naturais que são vencidas, neste caso a transposição do Rio Jaboatão, proporciona desenvolvimento regional em todas as esferas. Mas o que vemos nestes 10 anos passados é o resultado da visão estadista dos administradores de Estado que permite dar segurança aos investidores privados, trazendo geração de empregos e contribuindo para o desenvolvimento de Pessoas e das comunidades vizinhas. Pela frente há mais 20 anos de concessão, com a perspectiva de investimentos em operação e manutenção da ordem de R$ 116 milhões”, complementa o diretor-presidente da Concessionária Rota dos Coqueiros Elias Lages.
Transformação de cenário e vidas
Centenas de milhares de pessoas vem acompanhando durante esse período a transformação da região, tanto fisicamente, com o surgimento de empreendimentos imobiliários residenciais, empresarias e comerciais, e a criação de novos bairros como a Nova Barra, em Barra de Jangada, e a Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, como socialmente por meio do surgimento de oportunidades de trabalho nos novos negócios, e também no aspecto educacional, por meio de um programa inovador e de sucesso realizado há cinco anos pela Concessionária Rota dos Coqueiros em parceria com os municípios Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho, o Via Escola.
Incentivo à educação
O Via Escola é um projeto social voltado para a capacitação de professores, em parceria com o Instituto Chapada, referência nacional em educação, e tem o objetivo de reduzir o analfabetismo funcional, tendo como meta a melhoria do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), medido de dois em dois anos, sempre respeitando e se moldando às condições e necessidade de cada município e de cada escola. O objetivo foi atingindo pois, conseguiu-se conquistar em 2015 o IDEB projetado para 2020, acelerando o processo evolutivo. No mais recente IDEB, divulgado em setembro, os dois municípios atendidos pelo Via Escola, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes elevaram seus índices em 18% e 26% respectivamente.
Antes mesmo da implantação do Programa Via Escola, a Rota dos Coqueiros já apoiava a Escola Maria Madalena Tabosa, em Itapuama, hoje integrante do Via Escola e com resultados expressivos. Neste último IDEB a escola teve média de 4,7 superior à média do Estado (4,6). Vilma Guedes, professora há 15 anos, conta que a chegada da rodovia e a participação da Concessionária foi essencial para o desenvolvimento da escola. “Houve uma completa reestruturação da nossa escola. Nas salas de aula, utilizávamos quadros de giz e não tínhamos meios de ventilação. Após a reforma, ganhamos quadros brancos, ventiladores e murais de aviso”. Ela, enfatiza, também, a criação de um pátio para o recreio das crianças e a construção da biblioteca da escola, cuja chegada aumentou o interesse dos alunos pela leitura e escrita. “Antes, eles não se preocupavam tanto com isso. Agora, com os novos livros, os ‘meninos’ vivem pedindo para levá-los para c s cinco filhos de Sebastião e, assim como o pai, gosta muito de toda a transformação que a chegada da Rota dos Coqueiros proporcionou para a vida da família. “Eu trabalhava em Suape e sempre que voltava para casa precisava passar por uma estrada de areia e escura. Com o fim da construção da ponte e da rodovia, tudo mudou. Um dia, no retorno para casa me deparei com uma surpresa: a abertura da via. Estava tudo aceso e asfaltado. Fiquei deslumbrada, foi maravilhoso”, lembra Isabel.