Com participação na VIAPAR e na CRT, Carioca contribui para um Brasil mais integrado
O programa Brasileiro de Concessões de Rodovias teve início na década de 90. Com mais de 14 mil quilômetros de via hoje administrados por concessionárias, o modal rodoviário se fortaleceu e é responsável atualmente por 60% do volume de cargas transportados no país. Além de mais eficiência e segurança no transporte de cargas e passageiros, as concessões rodoviárias levam melhorias significativas para as regiões por onde passam. É o caso da VIAPAR e da CRT, concessionárias que levam o DNA da Carioca Christiani-Nielsen Engenharia.
A CRT
Desde março de 1996, a Concessionária Rio-Teresópolis S/A, mais conhecida como CRT, administra 142,5 quilômetros da Rodovia Rio-Teresópolis-Além Paraíba (BR-116/RJ), no Estado do Rio de Janeiro. Com participação acionária da Carioca, a concessionária tem como principal objetivo a operacionalização da rodovia, realizando manutenção, conservação e melhorias ao longo do trecho, além de garantir a segurança e a orientação do usuário.
Responsável pela rodovia desde o quilômetro 2,1, a CRT ainda fornece toda a assistência necessária para a operação dos 2 quilômetros anteriores. Seus mais de 100 quilômetros cruzam seis municípios: Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Teresópolis, São José do Vale do Rio Preto e Sapucaia.
Desde junho de 2007, a CRT já construiu 20 passarelas, quatro viadutos, 10 alargamentos de ponte e reforço, recapeamento de mais de 100 quilômetros de via, além de recuperação do pavimento, implementação de nova sinalização, painéis de mensagens e serviços variados. Com investimento de R$ 90 milhões, a terceira faixa de subida da serra, obra mais cara da concessão, tem previsão de ser finalizada em 2015.
O trabalho é árduo e os desafios da manutenção do trecho são muitos. De acordo com Ricardo Bustani, Presidente da companhia há seis anos, o fato de a rodovia cruzar dois parques ecológicos e estar localizada numa área com grande risco de deslizamento faz com que a responsabilidade desta concessão seja ainda maior.
“A Rio-Teresópolis foi construída na década de 50 e segue o padrão da época, de rodovias que contornam a rocha. Por ficar próxima a uma rocha porosa e fraturada, com uma camada fina de terra e vegetação, a rodovia historicamente sofre com deslizamentos e requer um trabalho de monitoramento constante para prevenção de acidentes que é muito importante para a nossa operação e manutenção da segurança na via”, afirma Bustani.
Atualmente, a concessionária trabalha com duas frentes para prevenir acidentes: monitoramento de trechos da serra, encosta por encosta, através de sobrevoos de helicópteros e rapel feito por equipes de geólogos e geotécnicos; e estudo inédito relacionando acidentes geológicos na serra e trechos próximos, com medição de índices pluviométricos.
Ao longo da rodovia, já existem quatro estações meteorológicas que funcionam durante todo o ano. Para o período de chuvas, a concessionária firmou uma parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que disponibiliza técnicos ao longo do trecho. Em caso de índices acima do indicado, a rodovia é fechada. O serviço começou em 2010, mas passou por ajustes em 2011. Em vez de leituras de uma em uma hora, o tempo de análise diminuiu para 15 minutos, o que melhorou a eficiência do trabalho preventivo. Desde 2011, a rodovia foi fechada quatro vezes.
“Em 2011, Teresópolis sofreu muito com as chuvas, que causaram 900 mortes. Felizmente, nosso trabalho preventivo evitou acidentes fatais na rodovia”, comemora Bustani.
Além das melhorias no trecho e das contenções que permitem mais segurança para os usuários, os moradores da região acabam sendo os maiores beneficiados com a infraestrutura e as oportunidades trazidas pela concessionária. São 354 funcionários diretos e 650 terceirizados. Destes, 80% são moradores da região.
“Existe uma carência de infraestrutura médica nessas localidades. A CRT possui uma UTI móvel, dois carros de resgate e duas ambulâncias que acabam também atuando em atendimentos de acidentes de trabalho ou problemas cotidianos fora da rodovia. Já atendemos de mal súbito a desentendimentos de casais. Prestamos os primeiros atendimentos e, muitas vezes, fazemos o transporte até os hospitais próximos”, conta o Presidente.
A VIAPAR
Criada em 1997 para atuar especificamente no Paraná, a VIAPAR – Rodovias Integradas do Paraná S/A não tem problemas com deslizamentos, mas seus desafios são igualmente grandes. Com participação de cinco empresas, a concessionária atua em um trecho de mais de 540 quilômetros e corta 26 municípios, dos quais 23 estão dentro de sua concessão e três recebem apenas obras de manutenção.
Para servir bem aos 25 milhões de carros que passam pelo trecho Cambé (BR 369, Km 167) – Paranavaí (BR 376, Km 102), Maringá (BR317, Km 98,895) – Cascavel (BR 369, Km 524,707) e Nova Londrina (BR 376, Km 31,900) – Paranavaí (BR 376, Km 102), são 580 funcionários diretos e mais 600 indiretos e um investimento de R$ 448 milhões nos últimos 12 anos.
Em um dia, são realizados 250 atendimentos no trecho administrado pela VIAPAR, ou um atendimento a cada 12 minutos. Marcelo Stachow, Diretor-Presidente da concessionária há quatro anos, conta que a maioria das chamadas, entre 80 e 90 por dia, é decorrente de defeito nos veículos, sendo que entre 20 e 25 são por falta de gasolina. Os acidentes são constantes, de sete a oito diariamente, mas, devido a criação de um comitê de avaliação de acidentes, o número de óbitos no trecho caiu 60% desde o começo da concessão.
Para reduzir as mortes na estrada, a VIAPAR apostou na comunicação. “Passamos a considerar a comunicação um investimento, e não uma despesa. Além disso, trabalhamos com três frentes para melhorar a segurança do usuário: avaliação e melhoria da via (curvas acentuadas, falta de sinalização, entres outros), o que é mais raro, campanhas de conscientização e fiscalização com o apoio da Polícia Rodoviária Federal”, afirma Stachow.
Para cada projeto social, melhoria ou obra de contorno, Stachow consulta e explica a decisão aos municípios. A relação com as 23 cidades pelas quais a rodovia passa é tão próxima que os prefeitos e vereadores são presença constante na concessionária.
“Somos o maior empregador de alguns municípios e também levamos serviços para eles. É muito difícil uma semana passar sem que um dos prefeitos venha aqui discutir alguma melhoria. Nós somos um prestador de serviço público e a nossa atividade principal é melhorar a qualidade de vida de toda a comunidade, sejam eles moradores próximos ou usuários da rodovia”, defende o diretor presidente.
Cuidados que fazem a diferença
Por passar no meio de dois parques ecológicos – Parque Nacional da Serra dos Orgãos e Parques Estadual dos Três Picos –, a CRT tem como foco o cuidado com a natureza da região. Um dos projetos que chama a atenção é o “Fauna Viva”, que visa evitar o atropelamento de animais silvestres na rodovia.
Em parceria com o Parque Nacional da Serra dos Orgãos, o projeto começou com o monitoramento nos trechos com maior incidência de animais feridos, atropelados ou mortos. Foram dois anos varrendo a área até a c riação de um banco de dados com as espécies e os locais com maiores ocorrências.
“Com a base de dados em mãos, colocamos telas para evitar que os animais cruzassem a via em locais perigosos e adaptamos os túneis de drenagem para que as canaletas, com piso apropriado, servissem de passagem para esses animais”, conta Bustani.
Os “caminhos alternativos” começaram a ser instalados em 2012. De lá para cá, câmeras instaladas nas quatro vias presentes no trecho do parque registraram a