Alinhadas à agenda ESG, concessionárias de rodovias implementam projetos de redução do descarte e descarbonização das operações
Uma série de práticas das concessionárias de rodovias brasileiras buscam fortalecer a pauta ESG (Environmental, Social and Governance) e tornar o setor mais sustentável. ESG é um conjunto de práticas que estão intimamente alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, que torna as empresas mais íntegras, responsáveis, com menor impacto ambiental e auto sustentáveis a longo prazo.
Confira a seguir de que maneira algumas das concessionárias de rodovias vêm trabalhando para implementar processos de menor impacto ambiental.
Boas práticas
O seminário Via Viva de 2023, promovido pelo Governo Federal por meio do Ministério dos Transportes, reuniu especialistas, pesquisadores e trabalhadores da área rodo-ferroviária para discutir temas socioambientais que permeiam a infraestrutura de transportes, desta vez sob o tema “Transição Ecológica na Infraestrutura de Transportes Terrestres”. No evento, algumas iniciativas foram premiadas por suas boas práticas em gestão com foco no desenvolvimento sustentável, como a Rota do Oeste, que ficou em primeiro lugar, e também a Eco050, que conquistou a terceira colocação no prêmio Via Viva 2023 – ambas associadas à ABCR.
Descarbonização
Fazer a transição energética de combustíveis fósseis para energias limpas e eliminar a emissão de gases poluentes é uma das metas das concessionárias de rodovias. As empresas do grupo CCR, por exemplo, investem em energias renováveis, com a instalação de painéis de geração de energia solar nas rodovias concedidas. A emissão de CO2 poupada pelas 11 usinas solares instaladas próximas de suas concessões rodoviárias foi de 259 toneladas no ano de 2023. A redução equivale ao plantio de 1.849 árvores. A energia gerada pelos painéis solares abastece a rede para iluminação das vias, operação das praças de pedágio e outros serviços. 95% da energia usada pelo grupo em trens e metrôs, outras frentes de trabalho da companhia, já é proveniente de fontes renováveis.
Trilhando este mesmo caminho, a concessionária Arteris zerou as emissões de carbono com a compra dos certificados de I-REC, além disso, continua a investir em tecnologias para o consumo de energia limpa, como é o caso do projeto de 38 usinas solares. Desde 2021, a companhia já reduziu a emissão de 5,3 mil toneladas de CO2 na atmosfera, com a criação de usinas solares.
Veículos elétricos
A Arteris também investiu em um guincho 100% elétrico, utilizado para prestar apoio aos usuários da rodovia Anhanguera (SP-330). Este primeiro guincho foi adquirido com o objetivo de ampliar para toda a malha sob gestão da concessionária. Além de ser mais sustentável, a operação do guincho elétrico também aumenta a segurança para os colaboradores, já que o acionamento da plataforma de remoção dos veículos pode ser feito de maneira remota.
Inovação
A inovação já é consolidada no setor de infraestrutura. Um exemplo é a recente recuperação de pavimento realizada pela CCR RioSP com aplicação de material sustentável. A matéria prima utilizada se chama material fresado, o subproduto é reaproveitado de outras atividades de manutenção do pavimento, sua reutilização gera inúmeros benefícios para o meio ambiente, pois diminui a geração de resíduos e extração de recursos naturais.
A Arteris também está investindo em pesquisas com o objetivo de ampliar a inovação no setor de concessão de rodovias. A concessionária se une pelo nono ano consecutivo com Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) e vai premiar com até R$ 37 mil estudos acadêmicos de mestrado e doutorado voltados para o desenvolvimento da infraestrutura viária, dentro do tema “Mobilidade Sustentável”. ais informações em: https://abertis.poli.usp.br/index.php/edital-9o-premio-catedra-abertis/.
Redução do descarte
Com o objetivo de diminuir o descarte de resíduos, a concessionária Rodovias do Tietê implementou o projeto Costurando Caminhos. A ação visa destinar o material de uniformes de colaboradores da concessionária, que não seriam mais usados, para reaproveitamento.
A iniciativa possui, ainda, vertente social, pois é realizada em parceria com a cooperativa Uniarte para gerar oportunidade de trabalho para mulheres desempregadas. Elas recebem o material destinado pela concessionária e realizam o trabalho de reconstrução dos tecidos, confeccionando itens como capas de notebook, lixos de carro e almofadas, que são vendidos no e-commerce criado especialmente para o projeto, gerando renda para elas e suas famílias.