São Paulo, 10 de abril de 2013 – O Índice ABCR de atividade referente a março cresceu 2,2% em comparação com o mês anterior, considerando os dados dessazonalizados. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas pedagiadas é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias – ABCR em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.
“Março foi um mês bom, principalmente para os leves. Traz uma recuperação frente a fevereiro, que apresentou queda de 2,9% no todo, e os principais motivos dessa volatilidade são questões climáticas e de calendário, mais do que fatores econômicos”, explica Juan Jensen, economista da Tendências.
O fluxo de veículos leves avançou 4,0% em relação a fevereiro, em termos dessazonalizados. Março teve uma base de comparação muito fraca por causa do Carnaval com chuva em fevereiro e ainda contou com uma Páscoa ensolarada em grande parte dos estados representados no índice. “A viagem de Carnaval ficou muito aquém do esperado, o que contribui fortemente para o resultado ruim de fevereiro. Além disso, a Páscoa caiu em março, depois de quatro anos, e ainda teve sol, o que ajudou a impulsionar o resultado dos leves”, diz Jensen. Neste mês, emprego e renda não justificam o bom desempenho dos leves. “Há uma perda de dinamismo ao longo dos meses. Emprego e renda continuam crescendo, mas em um ritmo menor”, afirma o economista.
Já a movimentação dos pesados expandiu 0,5% em março contra fevereiro. “O índice capturou muito bem a indústria forte em janeiro e fraca em fevereiro e tudo indica que, em março, haverá recuperação ante ao mês anterior”, conclui Juan Jensen. O tema agrícola, com fortes chuvas e dificuldade de embarque da supersafra de grãos, fez com que o resultado dos pesados viesse em linha, porém com uma resposta menos positiva dos demais indicadores antecedentes já divulgados neste mês. A produção de veículos cresceu 3,3% em março contra fevereiro, segundo a Anfavea, e a venda de papelão ondulado, divulgada pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado, evoluiu 1,1% na mesma base de comparação, com números dessazonalizados pela Tendências. “O que puxou pesados para baixo este mês foram os resultados ruins do Paraná e do Rio Grande do Sul, onde a questão agrícola pesa mais”, avalia Jensen. “As chuvas têm limitado os embarques em Paranaguá e o gargalo de acesso aos portos para o escoamento da supersafra de grãos diminuiu o tráfego de caminhões nas estradas. Em São Paulo, onde a indústria tem um peso maior, o resultado foi bom, o que influenciou positivamente o total”, conclui.
Em relação ao mesmo período de 2012, o índice total apresentou alta de 4,9%. O fluxo de veículos leves cresceu 7,8%, enquanto o fluxo de pesados caiu 2,2%. “O desempenho forte dos veículos leves no ano contra ano é reflexo da Páscoa, que caiu em março, em 2013, e em abril, no ano passado”, afirma Juan Jensen. Segundo ele, esse fato também reflete negativamente na questão dos pesados pela quantidade de dias úteis. Em 2012, março teve dois dias úteis a mais do que neste ano.
Nos últimos doze meses, o fluxo total teve expansão de 3,9%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 4,8% e o de pesados, 1,5%.
Quadro: Taxas de crescimento do fluxo pedagiado
Período |
LEVES |
PESADOS |
TOTAL |
Março/13 sobre Março/12 |
7,8% |
-2,2% |
4,9% |
Março/13 sobre Fevereiro /13 c/ ajuste sazonal |
4,0% |
0,5% |
2,2% |
Últimos doze meses |
4,8% |
1,5% |
3,9% |
Fonte: ABCR e Tendências
Fluxos regionais
A abertura dos dados referentes aos índices regionais do movimento de veículos leves nas rodovias concedidas, segundo Juan Jensen, é similar em todos os estados, com exceção ao Rio de Janeiro, que apresentou alta mais moderada. Para Jensen, “São Paulo ajudou a sustentar o resultado positivo como um todo”. Enquanto os pesados no Paraná e no Rio Grande do Sul sofrem o impacto das chuvas e da crise logística no embarque da supersafra de grãos.
São Paulo
Em São Paulo, as rodovias administradas pela iniciativa privada registraram no fluxo total de veículos aumento de 2,4% em março sobre fevereiro, considerando os ajustes sazonais. Os leves subiram 3,3% e os pesados 0,4%, neste período.
Quando comparado março de 2013 sobre março de 2012, o índice geral avançou 4,7%. O movimento dos leves mostrou alta de 7,5% e o dos pesados cedeu 1,9%.
Nos últimos doze meses, o indicador da ABCR cresceu 3,6% no total. O fluxo de leves evoluiu 4,4% e o de pesados 1,3% no mesmo período.
Período |
LEVES |
PESADOS |
TOTAL |
Março/13 sobre Março/12 |
7,5% |
-1,9% |
4,7% |
Março/13 sobre Fevereiro/13 c/ ajuste sazonal |
3,3% |
0,4% |
2,4% |
Últimos doze meses |
4,4% |
1,3% |
3,6% |
Paraná
As rodovias concedidas do Paraná apresentaram alta de 2,7% no fluxo de veículos, em março sobre fevereiro, considerando os ajustes sazonais. No mesmo período, a circulação de veículos leves aumentou 5,0% e a de pesados caiu 2,3%.
Quando comparado março de 2013 sobre março de 2012, o índice geral mostrou expansão de 7,9%. O movimento dos leves subiu 14,3% e o de pesados apresentou retração de 1,9% no mesmo período.